mercredi 13 octobre 2010

Estamos Bien En El Refugio los 33



Há poesia na mensagem.
O grito de desespero que trespassou
Meia milha de solo.
Há clamores lânguidos
Que as pedras não impedem.

Há ouro e prata e vontade
De homens
A esgravatar a vida,
Sentindo o peso acrescido
Da ausência,

No momento da escuridão
Os miúdos ficam homens,
Os homens tornam-se sábios,
E o velho deseja partir.

Há momentos
Que a viagem ao fim da terra
Acaba em joelhos,
Clamando ao alto
Pelo ouro da vida
E a prata das gentes.

Há clamores que
Nem o abismo impede de
Chegarem
Ao Supremo mineiro.

Há momentos
Que a terra pare
Almas feitas,
Prontas para
Nascer de novo.


Orlando Pedro Esteves
13.10.10

mardi 12 octobre 2010

Homem não chora



A lágrima vertida
Masculina, escondida.
O grito silencioso
Deixando a voz
Amordaçada.

Escondido atrás da bruma,
Mergulhado no silêncio
Da multidão,
Vedado pelo arame farpado
Da indiferença,
Como grito à impunidade.

Num som decantado
Armazenado num canto
Da alma.

Há choro proibido,
Penitente
Inibido
Contido.

Homem chora
Com pudor,
Como a metáfora escondida da vida.


Orlando Pedro Esteves
13/10/2010

mardi 5 octobre 2010

Esta bandeira que desfralda



No dia da República,
Portugal tem 100 anos,
Para alguns.

Esta bandeira que desfralda,
Ondeante,
Com vento rigoroso,
Traz inquietação.

Um século da república,
Esquecida de res publica.
Há valores que o hastear da bandeira
Perdeu pelo caminho.

Os Paços da República
Trazem chão que foge ao povo.

Portugal celebra o século
Da miragem de Al-Quibir,
Onde nem ditadura nem democracia,
Acrescentou alma aos desbravadores.

Poeta,
Ainda falta cumprir Portugal,
Dar aos portugueses a visão
Da verdade, não o sonho
Da ilusão.

Orlando Pedro Esteves
05/10/2010