vendredi 17 septembre 2010

A mãe que me deste


A mãe que me deste,
Rainha de Portugal.

Que país, Portugal ?
Nasces da sombra de Castela,
Conquistas com valentia e sangue e suor
E formas identidade.

A sombra sempre pairante,
Como abutre que promete tragar,
À espera do deslize, do dolo, da sonolência.

Que mãe me deste agora,
Nesta hora tão difícil,
Com a escuridão que a sombra provoca.
Que mãe levantas-te, vinda desta
Espanha dominadora.

O poder domina o desejo de serenar,
Como uma esponja sequiosa,
Por mais, sempre mais sombra.

D. Luísa Francisca de Gusmão,
Rainha de alma lusa,
A mãe que me deste,
Que segura Portugal.


Orlando Pedro Esteves
17/09/2010


3° da série de poemas inspirados em Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra.

mardi 14 septembre 2010

A menina de açucar



What are little girls made of ? Sugar and spice and all things nice, that is what little girls are made of.
De que são feitas as meninas pequeninas? Açucar, especiarias e todas as coisas boas, é dessa massa que as meninas pequeninas são feita. (*)


As raparigas de açucar são doçuras de cantar,
Sem serem de gengibre têm sabores etéreos.
Trazem paladares únicos, as meninas de açucar,
Que adoçam com leveza e determinação.

Corre, a menina do Além Tejo,
Voa como flor de laranjeira,
Toca em cada aroma
Como para aperfeiçoar o seu.

Esculpida em Viçosa,
Talhada na mais preciosa
Pedra de açucar,
Ornada com todas as coisas boas.

Traz nome e alma pura,
Catarina de Bragança,
Infanta de Portugal.


Orlando Pedro Esteves
14/09/2010


(*) "Rima inglesa inspirada em Catarina de Bragança, uma mulher de estatura pequena, a quem o povo reconhecia uma enorme bondade e paciência, e que tinha trazido consigo um dote de açucar e especiarias, que valiam ouro." in Catarina de Bragança, de Isabel Stilwell.

dimanche 12 septembre 2010

Há mulheres que os homens nem sonham



Há mulheres que os homens nem sonham,
Poemas escondidos, néctares nunca saboreados.
O canto luso tem aromas de princesas,
Especiarias trazidas como de musas.

Há mulheres que os homens não vêem,
Prazeres longínquos, frutos ignorados.

Almas de Portugal a partir de cais com rumo incerto,
Escolhendo naus, levando capitães,
Carregando esperança nos porões.

Venham Bartolomeus e Vascos e Diogos,
Desfraldem cartilhas e velas,
Olhem as estrelas, meçam o astrolábio,
Tracem rumos, encontrem o timão.

Mas não procurem mais longe,
O oiro está em terra e é alma lusitana.

Orlando Pedro Esteves
13/09/2010


Série de poemas inspirados em Catarina de Bragança, Rainha de Inglaterra

vendredi 10 septembre 2010

A melhor parte da criação


Na gesta da vida
encontrei a alma do amor.
Que façanha,
o nascimento.
Um feito histórico
de cada mãe.

Um grande olhar,
não soslaio,
de sentimentos confusos,
como se eu fosse
algo apetecido,
como se em mim tivesse achado
tesouros, oiros cativos.

Mas que amor é este
que depois do sofrimento
traz o desejo.

O amor de uma mãe
é como o amor paternal de Deus,
incondicional.
Como se Deus tivesse
parido em sofrimento,
para amar refinadamente.

O amor de uma mãe
é como o amor paternal de Deus,
escancarado.
Como se Deus mantivesse
os braços abertos,
mesmo quando as revoltas
nos afastam.

Na noite da vida
desejei a alma do amor,
quando a flor encontrou o inverno.


Orlando Pedro Esteves
10/09/2010

jeudi 9 septembre 2010

Labaredas de vergonha


10 de Maio 1933
Estudantes alemães de diversas universidades e tidos como dos melhores do mundo, juntam-se em diversas cidades alemãs para queimarem livros com ideias contestadas pelos nazis. Livros de Einstein, Freud, H.G.Wells, Thomas Man e muitos outros foram consumidos nas fogueiras.


"Onde livros são queimados, seres humanos estão destinados também a serem queimados."
Heinrich Heine



Numa noite de trevas
queimaram-se letras,
abandonou-se cultura,
cultivou-se ódios.

A noite da cegueira
traz pesadelos agarrados
a sonhos.
O mais inteligente,
pode tropeçar na pedra
da propaganda,
e pegar na chama
que consome a alma.

A idade obscura
persiste em morar
em cada homem,
como se o universo das palavras
representa-se ameaça.
E que aviso traz cada signo
escrito.

Há labaredas
que o fogo consome de vergonha
e de denúncia.

Os panfletos
de cada ditador,
trazem sempre
a mentira pregada em cada folha.

Orlando Pedro Esteves
09/09/2010