vendredi 17 mai 2019

Na guerra se calhar somos iguais


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Memorial do Linge
https://myafricatwinxrv750.blogspot.com/2019/05/le-linge.html

Somos sempre melhores do que os outros,
Ou aqueles são tão vis que não merecem,
A vida ou aquilo que a luz nos traz.
Dentro da trincheira, traduzem-se
As vozes dissonantes que nos são estranhas.
Ou talvez não. Se calhar somos iguais,
O amor que nos trouxe não é inimigo,
Daquele que jurou nos matar.

Orlando Esteves, 11 de Agosto 2017


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Como o anterior este poema foi escrito depois de ter passado algumas semanas do verão de 2017 na Alsácia, França a visitar e a pesquisar vários lugares relacionados com a Grande Guerra 1914-1918.


Se a morte fosse o fim de tudo

Cemitério no Viel Armand (Hartmanwillerkopft
para os alemães até ao fim da I guerra mundial) - Alsácia
Se a morte fosse o fim de tudo.
Se a conquista do metro seguinte,
Permitisse guardar o anterior.
Que avanço pode trazer a conquista,
Se não permitirmos que Deus tenha primeiro,
O nosso coração, a nossa vontade,
Esta determinação que nos motiva.

« ó morte onde está o teu aguilhão » ?
Porquê morrer pelo homem,
Quando precisamos viver para Deus.
Que causas são estas que exigem,
Todo o nosso sangue ?
Na sujeição ou na revolta
Na vitória ou na derrota ?

Posso eu dizer não à morte ?
Quero eu lutar contra o meu pai,
Ou levantar-me contra o meu irmão ?
Dizer que ele é meu inimigo,
Quando toda a vida foi amigo.
Somos nós traídos pela pátria,
Estando na trincheira a todo o custo ?

Ainda que a morte nos leve tudo,
Os filhos, os pais, a memória,
Nada torna tão próximo, a aclamação,
O triunfo de Deus sobre as eternas trevas.
« Onde está, ó morte, o teu aguilhão ? »
Cristo tomou todo o teu veneno,
Prontos estamos agora para a vida.

Orlando Esteves, 26 setembro 2017



Este poema foi escrito depois de ter passado algumas semanas do verão de 2017 na Alsácia, França a visitar e a investigar varios lugares relacionados com a Grande Guerra 1914-1918.