Em Lourdes,
Ouvem-se sinos de cera
Como ouvidos que se derretem,
Passos de várias cores
Corações de tamanho de fé.
Carrega-se cera a peso,
Medida por esforço e temperança.
Por procuração a vela continua
Derramando orações
Liquefeitas, sólidas.
Cera em processo,
Contínuo,
Repetido.
Há orações que a Palavra
Não manda reciclar,
Há orações que o eco
Não tem voz cérea,
Nem duração premeditada.
Ouçam-se apelos à oração
Sem formato,
Despidas de cera.
Sem mediação,
Sem contenção.
Escutem a voz do coração
Levada a Deus sem círio,
Encontrem o pavio
Da chama que vos dá vida
E que esta permaneça acessa.
Orlando Pedro Esteves
24/07/2010
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